sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Vítimas de escalpelamento recebem perucas da Capitania dos Portos

Com o objetivo de amenizar o sofrimento e ajudar na recuperação da auto estima das vítimas de escalpelamento atendidas pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, entregou na tarde desta quinta-feira (09), 19 perucas ao Espaço Acolher, que integra o Programa de Atenção às Vítimas de Escalpelamento (Paives). A ação faz parte da campanha de prevenção e combate aos acidentes com escalpelamento no Estado.
Socorro Ruivo, que coordena o Paives, entrega a peruca a Maria Diniz da Cruz, ao lado do capitão Francisco Pereira Valle
                                                                            

Maria Diniz da Cruz, 39 anos, de Limoeiro do Ajuru, município da região do Tocantins, contou que há três anos sofreu o acidente. “Lembro que já acordei no Pronto Socorro, sem saber onde estava e o que tinha acontecido. As perucas vão ajudar muito. As pessoas ficam me perguntando porque fico o tempo todo de lenço. Agora vou poder tirar, vou me sentir mais bonita", ressaltou ela.
Para o capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Francisco Pereira Valle, a parceria com a Fundação Santa Casa reforça as ações de prevenção que a Marinha faz nas comunidades ribeirinhas da Amazônia. “No Pará é muito comum o transporte de pessoas em barcos. Desde 2001 trabalhamos o combate a este tipo de acidente. Instalamos sem custos a proteção do eixo do motor e, para isso, basta que o barqueiro entre em contato com qualquer navio da Marinha. Todos os navios são equipados para instalar a proteção do eixo”, informou o capitão.


Para conseguir a proteção do eixo, acrescentou Francisco Valle, a embarcação não precisa estar regularizada. "O barqueiro pode ficar preocupado porque o barco está irregular, mas não precisa temer nada. Para fazer a instalação basta pedir para alguém de qualquer navio da Marinha. Enquanto ela faz o cadastro, outra equipe instala a proteção”, disse ele.


Socorro Ruivo, coordenadora do Paives, destacou a importância das doações para a recuperação da autoestima das vítimas. “Na nossa cultura amazônica, o cabelo é uma parte do corpo muito importante para a mulher. A perda de todo o couro cabeludo significa a perda da vaidade, da identidade feminina. Observamos que algumas estão muito emocionadas em saber que terão uma peruca para usar”, informou a coordenadora.

Criado em 2006, o Espaço Acolher atende vítimas de escalpelamento e seus acompanhantes. Após a alta hospitalar, as pacientes precisam continuar o tratamento. No espaço são oferecidos hospedagem, alimentação e atendimento integrado, com atividades sociopedagógicas e culturais, cursos de artesanato e oficinas para geração de renda. Os usuários são de diferentes cidades da região amazônica, a maioria oriunda de áreas ribeirinhas.


Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará
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Fone: (91) 4009-2241/4009-2202
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